Olga Prats

 

Iniciou a sua formação aos cinco anos de idade com a sua mãe que era professora de piano e aos seis anos com o professor e pedagogo João Maria Abreu e Motta, a título particular, tendo realizado o seu primeiro recital no Teatro Municipal de São Luís, aos quatorze anos (em 1952).

Com dezanove anos concluiu o Curso de Piano no Conservatório Nacional, ainda com o professor João Abreu Abreu e Motta e o seu aperfeiçoamento fez-se com Telma Sá e Costa.

Seguidamente, com o auxílio de duas bolsas, uma das quais atribuida pelo governo português (pelo I.A.C.), frequentou cursos de aperfeiçoamento em Colónia na Escola Superior de Música durante dois anos nos quais teve como professores Gaspar Cassadó e Karl Pillney e como bolseira pelo governo alemão em parceria com a Fundação Calouste Gulbenkian, em 1959 em Friburgo, sendo seus professores Carl Seeman e Sándor Végh.

Durante os seus estudos na Alemanha ganhou o prémio para melhor estudante estrangeira em 1958, para além de ter tocado frequentemente com orquestras e a solo, tendo obtido as melhores críticas da imprensa. Quando regressou a Portugal, em 1960, continuou a sua formação musical com Helena Moreira de Sá e Costa, tendo ganho em 1965 ainda como sua aluna, o Prémio Luís Costa atribuído à melhor intérprete de música espanhola.

Frequentou posteriormente diversos cursos internacionais em Santiago de Compostela, os Cursos do Estoril e o de Música Contemporânea de Darmstadt sob a orientação de Rudolf Baumgartner, Jean Francex e Karl Engel. Foi convidada para ser professora de piano nas classes de música de câmara de Paul Tortelier, Ludwig Streicher e Karen Georgian. Tocou com inúmeras Orquestras, de entre muitas outras destacam-se: Orquestra de Câmara do Festival de Pommersfelden; Orquestra Gulbenkian; Orquestra Sinfónica de Buenos Aires; Orquestra do Porto; Orquestra Sinfónica da Emissora Nacional.

Interpretou um grande leque de compositores, desde Bach passando por Schumann, Brahms e Stravinsky, mesmo com este vasto repertório e amplitude de estilos musicais de compositores que interpretou ao longo da sua actividade esta privilegiou sobretudo a música de câmara.

Deu especial relevo para a produção contemporânea desde a música de compositores portugueses de música de salão dos séculos XIX e à de Fernando Lopes Graça (este já do século XX) até à música de Astor Piazzola, tendo sido a primeira, em Portugal, a interpretá-la e a gravá-la.

Foi membro fundador de vários grupos: Duo de piano e violeta com Ana Bela Chaves (em 1969); Grupo de Câmara do Festival do Estoril (vários em vários anos); Opus Ensemble (em 1980); Colecviva - Grupo Experimental de Teatro Musical Contemporâneo (em 1975).

Colaborou com diversos compositores de relevo, com destaque para Fernando Lopes Graça, Constança Capdeville e António Victorino d'Almeida que lhe dedicaram várias obras e dos quais estreou e gravou muitas outras.

Foi durante quatorze anos professora (entre 1970 e 1984 do Conservatório Nacional e integra desde 1983 o corpo docente da Escola Superior de Música de Lisboa onde é a coordenadora da classe de Música de Câmara, para além de ser orientadora de vários cursos dedicados à música portuguesa do século XX e à música de câmara.

Para além da docência, da gravação e das actuações ao vivo que efectua com o grupo Opus Ensemble prossegue uma intensa actividade como jurada em concursos de interpretação nacionais e internacionais, de entre outros: Concurso de Música de Câmara da Rádio da Baviera; Concurso Internacional de Piano Viana da Motta; Prémio Jovens Músicos.